2012

09 Janeiro 2013

2012 foi mais uma ano notável, quer de bom quer de mau, para a indústria do retalho a nível mundial. Assistimos à ascensão e queda da Groupon e de muitas outras que desenvolviam o modelo de negócio das compras em grupo. Testemunhámos a vertiginosa ascensão do modelo disruptivo do comércio móvel a colocar um poder inusitado e uma conveniência sem limites nas mãos dos consumidores. Acompanhámos a incrível expansão dos retalhistas online e a forma como os outros retalhistas offline procuraram fazer-lhes face despertando de vez para a nova realidade económica que durante mais de dez anos se recusaram a aceitar. Vimos como as empresas mais tradicionais evoluíram procurando adaptar-se à “nova normalidade” enquanto muitos outros outsiders sem qualquer experiência de retalho foram criando novos negócios e ofertas com novas regras e expectativas. Experienciámos também mudanças profundas e fundamentais nas atitudes e comportamentos dos consumidores e a forma como as marcas e as insígnias procuraram corresponder-lhes e enfrentar ainda esse desconhecido universo a que chamam de redes sociais ou marketing social.

Neste Portugal, participámos incrédulos à tão inesperada quanto fantástica ação promocional do dia 1 de maio do Pingo Doce que inverteu mais uma vez a estratégia comercial da insígnia e da qual não mais poderá recuar. Assistimos pela primeira vez ao, quem diria, encerramento de dezenas de pontos de venda alimentares e não alimentares, de grandes insígnias que nas últimas décadas e em cada ano só tinham crescido organicamente. Por outro lado, 2012 foi o primeiro ano em que não abriu um único Centro comercial em Portugal! Continuámos a assistir ao tão inútil quanto feroz combate entre MDDs e MDFs com ganhos evidentes em termos de quota de mercado para as marcas dos distribuidores. Sentimos todos na pele a queda do consumo das famílias e das empresas, à subida do desemprego, à descida do investimento e à tão imperativa quanto cega redução dos custos, ao paralisante clima de incerteza e medo com a consequente estagnação de ideias e de negócios e, naturalmente, à escassez de oferta de trabalho.

Ao longo de 2012 procurámos todos encontrar aquele tão necessário ponto de equilíbrio das nossas vidas tentando não desesperar com as noticias negativas que todos os dias entravam pelas nossas casas dentro sem pedir licença nem criar falsas expectativas sobre um cada vez mais imprevisível futuro. 

Mas já entrámos em 2013 e não vale a pena termos pena do que aconteceu no ano passado pois há muita coisa para fazer embora muita gente continue distraída em guerras espúrias e egotistas.

A verdadeira questão da vida não reside naquilo que de mau ou negativo nos acontece mas na forma como reagimos após essas coisas sucederem.

E uma boa noticia que podemos dar a nós próprios para levantar a moral dos nossos negócios é que tudo é consumo e o consumo é tudo.

Desde os mais remotos tempos da antiguidade até aos dias de hoje e desde o nascer ao sol pôr de cada dia, os atos da humanidade foram e são marcados por atos de consumo.

O consumo é o maior fenómeno económico e civilizacional do mundo e sejam quais forem as direções em que irão evoluir as sociedades dos quatro cantos da terra, a marca comum a todas será o consumo. Cada vez mais sofisticado e alargado nas suas formas e tipologias, cada vez mais influenciador dos próprios comportamentos humanos, o fenómeno do consumo é universal e transversal a todos os estratos populacionais e etários, sejam quais forem as suas geografias, níveis de desenvolvimento, religiões, dimensões politicas ou económicas.

Por todas estas razões criámos o Fórum do Consumo. E, é nossa expectativa que o Fórum do Consumo se irá constituir como um agregador de interesses e um comunicador por excelência, dirigindo-se aos seus associados, às empresas e aos mercados, nos quais procurará criar o necessário envolvimento para que todos se sintam parte integrante do projeto. Que seja percepcionada como um sinónimo de inovação nos processos, nas metodologias, nos projetos, de modo a conseguir energizar a sociedade portuguesa e levá-la a acreditar que tudo é possível e que o pensamento e a atitude positiva são imprescindíveis.

Que se comprometa a defender e praticar a partilha de informação, a integração de todos os agentes económicos e o seu comprometimento nas ações desenvolvidas e nos resultados pretendidos. Que não só pretenda mas que consiga gerar o clima de confiança indispensável para todos os players em presença possam trabalhar em conjunto de forma verdadeira, emocionante e, sempre que possível divertida, para conseguir criar e antecipar soluções. Que aplique na sua praxis e em todas as suas atividades o conceito de custo/benefício, de modo a aproveitar da melhor maneira possível e sem desperdícios, os escassos recursos disponíveis que lhe sejam afetos ou colocados à sua disposição dada a sua natureza ser associativa, independente, de inscrição livre e sem fins lucrativos.

No próximo dia 19 de Fevereiro, no ISCTE em Lisboa, o Fórum do Consumo vai realizar a sua 1ª Conferência subordinada ao tema Engage to Win cujo programa poderá ser consultado no sitewww.forumconsumo.com. Qual tem sido em Portugal o impacto da crise financeira sobre o consumo? O que está a ser feito para analisar e avaliar a forma como os portugueses estão a consumir? Quais as grandes alterações de consumo dos portugueses nos últimos 4 anos? Como irá ser o consumo em Portugal em 2013? Estas e muitas outras questões irão ser respondidas por quem possui um maior conhecimento da situação atual do consumo em Portugal, na 1ª Conferência Fórum do consumo. O acesso é livre mas requer inscrição prévia. Inscreva-se já!

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